domingo, 18 de abril de 2010

OUÇAMOS QUEM SABE ... MUDEMOS O QUE HÁ QUE MUDAR!


Método educacional deve prevalecer sobre o clínico
Quando se torna necessário conhecer quais são os alunos que podem beneficiar de serviços de educação especial, levanta-se a questão dos critérios de eligibilidade. Não se trata de uma questão fácil de resolver, mas o que acreditamos é que ela tem que ser resolvida no âmbito educacional e não no âmbito clínico. Identificar uma deficiência não me diz praticamente nada sobre quais as necessidades educativas especiais que essa pessoa pode apresentar. É preciso desenvolver um processo de identificação que valorize as NEE e não os critérios clínicos da deficiência. Isso já foi feito em muitos países e nós temos meios e recursos para aprofundar esta perspectiva.
David Rodrigues (2007)

2 comentários:

  1. Exactamente, até parece que basta identificar a situação e pronto, problema resolvido!? Não se faz um diagnóstico, para depois não continuar com a terapêutica. Da mesma maneira, se existe uma deficiência, o trabalho não acaba enquanto não se procura uma linha de trabalho, descobrindo de que maneira se pode ajudar melhor quem de facto precisa.

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  2. Ok...eu aqui vou ter de fazer um comentário contrário...

    Não concordo nada com o que escreveram...
    Um método educacional nunca deve prevalecer sobre o clínico, a não ser em situações onde a ajuda de um terapeuta não seja necessária, isto é, quando não é requerida uma intervenção psicoterapeutica porque não se trata de um caso clínico! Obviamente que se não se trata de uma patologia ou de um problema grave não faz sentido que haja a intervenção de um clínico! Mas é disso que aqui s está a falar!

    Por outro lado concordo que a identificação de uma deficiência, por si só, não diz nada sobre as necessidade educativas de uma criança e é por isso que, cada vez mais, se tem combatido contra os diagnósticos e avaliações psicológicas efectuadas à anos atrás. De facto, e a Universidade de Coimbra, nomeadamente a Faculdade de Psicologia, tem lutado muito para que os relatórios de Avaliação Psicológica sejam cada vez mais práticos, identificando áreas fracas mas também áreas fortes e potencialidades dos miúdos! E nós (estudantes) temos sido bastante treinados para a especificação de actuações prováveis a serem tomadas no caso de determinada falha (para não falar na panóplia de instrumentos que cada vez têm sido mais estudados e aprofundados e das avaliações que cada vez tendem a ser mais multimodais, multi-método e recorrendo a multiplos informadores para abarcar todas as possíveis áreas deficitárias, fortes e de possível futuro trabalho).

    E se um diagnóstico é feito, não podemos devolver "a pasta" as professor e dizer: "olhe tem um menino com X...faça isto isto e isto" porque o "isto" nem sequer é da competência de um professor. Um professor é um forte aliado para o diagnóstico e um óptimo co-terapeuta, mas se o caso é clínico tem de permanecer tal (também não faria sentido se um psicólogo, apenas por o ser, se pusesse a dar aulas de Psicologia sem entender nada de métodos de ensino e aprendizagem - o que infelizmente também acontece mas que já não é erro dos profissionais envolvidos mas do sistema em geral).

    Há muito tempo que os critérios clínicos de deficiência, como única apresentação num relatório psicológico, deixaram de existir. E estejam certos que se vos aparece um relatório que não identifique mais do que isso, estão à frente de um relatório feito por um mau profissional.

    Peço deculpa, mas este é um assunto muito caro para mim, de que eu gosto imenso e senti-me da obrigação de tecer os anteriores comentários.

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